16 de novembro de 2008

[REC]

A curiosidade ao redor do filme começou quando seu material promocional foi lançado. Na tentativa de aguçar a curiosidade das platéias, o trailer não mostrava nenhuma cena do filme, mas sim a reação do público ao assistir o filme. Comprovei as reações na pele, os gritos, a angústia e o desespero, todos os elementos que fazem desse filme um dos melhores do gênero nos últimos anos.

O terror espanhol [REC] (2007), dirigido por Jaume Balagueró e Paco Plaza, utiliza de elementos consagrados no gênero do terror, mas com um toque extremo de inovação.
Comparações podem ser feitas com A Bruxa de Blair, por darem a mesma abordagem realista ao filme com o uso inquieto da câmera em primeira pessoa.
A frente da câmera está Ângela Vidal (Manoela Velasco), apresentadora do fictício programa “Enquanto Você Dorme”. Ela e seu câmera, Pablo (Pablo Rosso, diretor de fotografia do filme), estão produzindo uma matéria junto ao corpo de bombeiros de Barcelona, que recebem um chamado de um prédio em que vizinhos escutam gritos vindos do apartamento de uma senhora trancada sozinha em seu apartamento.
Ao entrar no apartamento da senhora, eles se deparam com a velha somente de camisola coberta de sangue. Dada a ordem por Ângela de “Não pare de Gravar!”, as investigações começam e não demora muito para o terror se instalar entre moradores, polícia e bombeiros e toda a correria, gritaria e sangue explícito.
Logo o prédio é selado do lado de fora por agentes sanitários, e ninguém pode sair! Ângela percebe então que tem uma grande matéria em mãos: a negligência das autoridades que não dão nenhuma explicação do que esta acontecendo, e o horror capturado em fita.

Sua curiosidade em capturar entrevistas de todos os moradores acaba levantando possíveis questões do que está acontecendo. Um dos pontos forte do filme talvez, por levantar questões de xenofobia, colocando a culpa da epidemia nos chineses que moram no prédio.
A curiosidade de Ângela por fim é colocada de lado e a única coisa que importa agora é sobreviver.
Os últimos 10 minutos do filme são os mais tensos! Os efeitos de luz, som e imagem são vertiginosos, causando extremo pânico na platéia. Confesso que não consegui assistir direito, esperando o clímax final da cena.
O filme acha uma explicação não muito plausível para tudo que está acontecendo, mas o espectador pode não dar muita importância para isso, pois só quer que todo o desespero acabe logo.
O filme consegue se firmar no que se propõe, além de um terror visual, [REC] consegue se consagrar como um filme de terror psicológico, capaz causar aflição em todas as platéias.

Com direitos vendidos para um remake hollywoodiano sob o título de Quarentena, e com uma seqüência espanhola anunciada, [REC] é o melhor filme de terror dos últimos anos.

13 de novembro de 2008

007 – Quantum of Solace

Notícias sobre o vigésimo segundo filme da franquia James Bond diziam que este é o filme mais curto de toda a série. Pensei que não ia me contentar com apenas 106 minutos de James Bond, ainda mais depois do superior Cassino Royale e seus 144 minutos.
Os rápidos 106 minutos de pura correria vertiginosa, perseguições nas mais variadas formas possíveis chegam a ser entediante. Martin Campbell está de fora da direção e quem assume dessa vez é o alemão Marc Forster (Caçador de Pipas).

O filme começa exatamente onde 007 – Cassino Royale parou, na Itália, e percorre quase o mundo inteiro, passando pela Bolívia, Haiti, Rússia, Áustria e Inglaterra. Em busca da verdade a qualquer custo, Bond acaba caindo no meio de uma intriga da organização Quantum, em que seus vilões são eco-especuladores em busca do controle de recursos naturais do planeta.

Na tentativa de seguir a mesma linha realista de Royale, o filme simplesmente não funciona como deveria. Somos apresentados ao mesmo Bond em começo de carreira, despreparado e agindo por impulso atrás de sua vingança pessoal pela morte de Vésper. Por onde Bond passa é deixado um enorme rastro de sangue, fazendo o uso inescrupuloso de sua licença para matar
No meio do caminho Bond se depara com Camille (Olga Kurylenko), nossa Bond Girl em perigo, que também esta numa cruzada em busca da vingança pelas marcas deixadas, por um ditador boliviano, em sua vida.
Bond esta mais agressivo e impetuoso, seja atirando em alguém, dirigindo seu Aston Martin (que é logo destruído em minutos na seqüência inicial), pilotando um avião e derrubando helicópteros, ou navegando um barco e destruindo tudo a sua volta. O filme não funciona talvez por isso! James está sempre envolvido em alguma perseguição, seja em terra, água ou ar, o que acaba tornando o filme repetitivo e enfadonho.

Alguns elementos da franquia Bond são trazidos de volta para o filme, como a vinheta inicial do filme com as silhuetas femininas, e as deliciosas agentes que sempre morrem. Strawberry Fields interpretada por Gemma Artenton, é a vitima da vez de James nesse filme. O charme galanteador do agente que acaba levando a “inocente” mulher para cama e por fim, sua trágica morte.
Mas em meio a tudo que acontece de errado no filme, uma seqüência chamou minha atenção; A muito bem editada cena no teatro Austríaco é surpreendente, mesclando as cenas do espetáculo teatral e o tiroteio de Bond. Essa cena, no meu ponto de vista, foi à melhor do filme.

Talvez Bond precise sempre repetir a clássica frase “Bond, James Bond” a fim de reafirmar sua identidade no filme, porque se não fosse “M” (Judi Dench) repetindo o nome do agente, eu poderia jurar que estava assistindo mais um filme da franquia Jason Bourne.

24 de outubro de 2008

Última Parada – 174


“... No final da história a maior vítima é você...”

Nessa interminável leva de cinema “favela” brasileiro, Bruno Barreto estréia nas telas a história que chocou todo o Brasil em 12 de junho de 2000 - a história de Sandro do Nascimento, que tomou reféns dentro de um ônibus da linha Central – Gávea, Rio de Janeiro.

Comparações são inevitáveis ao ótimo Linha de Passe, de Walter Salles. Comparações (estas por se tratarem de filmes com o mesmo teor narrativo) sobre histórias de uma classe marginalizada e suas lutas contra a estagnação social em que vivem, a ausência dos pais e caminhos errados ao longo da vida.
Diferente do genioso filme de Salles, comentado na outra crítica, Última Parada (representante Brasileiro em disputa numa vaga do Oscar 2009) é um filme de muitos erros, erros talvez cometidos por uma fraca direção de Barreto.

Todos os elementos necessários para a construção do personagem estão lá – Sobrevivente da Chacina da Candelária, o menino de rua, ajudado em tentativa falha de ONGs, que cresce marginalizado sem a esperança de um breve sonho, este que é logo destruído pelo analfabetismo e consumo de drogas.
Um arco narrativo brilhantemente construído, através de encontros e desencontros dos personagens tecido em meio ao cenário urbano do Rio. O roteiro fica a cargo do brilhante Bráulio Mantovani, que já tem em sua bagagem Cidade de Deus. Mantovani dá ao filme o tom coloquial e natural.

As interpretações medianas em certas cenas deixam a desejar. Por ser um filme que se apóia na dramaticidade de seus personagens, as cenas perdem o realismo cru necessário nesse tipo de filme “favela”, tornando-os meras caricaturas – o pastor, o marginal, a ex-viciada que encontra em Jesus a salvação, etc.
O longa não se define na abordagem dramática que quer transmitir ao espectador, às vezes a tentativa de dar um tom mais realista possível é vista, mas também pode ser notado um melodrama e um humor desnecessário em certas cenas que por fim destoa de todo o contexto.
A forte crítica social pode ser ouvida no filme. Todas ações que culminam no trágico incidente de “cotidiano” de um rapaz que só queria ser ouvido e que através do ônibus 174, ele se tornou, talvez, a maior vítima do falho sistema em que vivemos – um sistema onde a marginalização, a violência, uma polícia corrupta e a pobreza são vistos como trivialidades de um caótico cotidiano.

Em suma, o errôneo filme de Barreto, tem todos os elementos necessários para ser um grande filme, mas infelizmente isso não ocorre. O que mais o prejudica é o superior, em todos os sentidos, filme de Walter Salles, este sim que deveria representar com louvor a corrida pelo Oscar.

8 de outubro de 2008

Linha de Passe

Fé na vida, fé no futebol

Antes que as pessoas julguem o livro pela capa, ou nesse caso, o filme pelo nome, Linha de Passe não é somente um filme sobre futebol - lógico que é de grande importância para a trama -, também se baseia na realidade da vida de seus personagens.

Acompanhamos nesse filme a história de uma mãe e seus quatro filhos. Cleuza (vivida por Sandra Corveloni, premiada em Cannes), empregada doméstica, grávida do quinto filho. Dario, aspirante a jogador de futebol (Vinícius de Oliveira, o menino de Central do Brasil), que vive de peneira em peneira esperando sua oportunidade. Dinho trabalha como frentista (José Geraldo Rodrigues) e encontra no culto evangélico a salvação de seu passado obscuro. O mais velho, Denis (João Baldasserini), trabalha como motoboy e o caçula, Reginaldo (Kaique Jesus Santos), vive de ônibus em ônibus de São Paulo à procura de seu desconhecido pai.

Dirigido por Walter Salles e Daniela Thomas, sentimos ao longo do filme a constante sensação de angústia e desespero dos personagens em suas vidas sem esperança na periferia de São Paulo.
Não economizando em close-ups, a fim de capturar momentos de significado, o filme se apóia muito nas emoções dos personagens. O longa toca profundamente em questões sociais, abordando tudo com o certo tom de realidade, mas sem julgar ninguém pelas escolhas erradas feitas ao longo do caminho.

Em constante movimento, seja em cima da moto de Denis, no futebol de Dario, ou no ônibus com Reginaldo, os personagens são abordados em rota de mudança; a mãe prestes a ter o quinto filho, a esperança na habilidade futebolística, a volta ao passado obscuro, mas sempre sendo impedidos pela estagnação social que os envolve.

Um filme acima de tudo sobre fé – fé na esperança de mudar, fé no futebol, fé cega na religião, fé no sonho de vencer.
Linha de Passe é um excelente e melancólico filme sobre a realidade de inúmeros rostos em meio à multidão.
Mais uma superação do cinema brasileiro, laureado em terras francesas, mas ainda infelizmente menosprezado pelo grande público.

1 de outubro de 2008

Ensaio Sobre a Cegueira


Cegueira ou pura ignorância?

Co-produção entre Brasil, Canadá e Japão, o filme baseado na obra do ganhador do Nobel da Literatura José Saramago, dirigido pelo prestigiado Fernando Meirelles (Cidade de Deus), roteiro de Don Mckellar e com participação do próprio Saramago, pode ser definido como um filme realista e desafiador.

A trama gira em torno de uma epidemia inexplicável que atinge primeiramente um determinado grupo de pessoas interligadas, que são logo confinadas em um claustrofóbico espaço isolado.

A fotografia a cargo de César Charlone é de incrível soberba artística. Os 121 minutos de filme seguem no mesmo tom azulado, às vezes sem foco e em variações que levam ao extremo branco, transpassando “nitidamente” na tela a cegueira dos personagens.
Edição de Daniel Rezende (Tropa de Elite), o filme no início segue um tom frenético, às vezes jogando as cenas sem continuidade para o expectador, mas ao longo adotando um ritmo mais calmo, mas não menos intrigante.
Perfeitos enquadramentos, e muito bem dirigidas e estilizadas cenas externas, Meirelles dirige muito bem este controverso filme.

Mas, em minha opinião, um dos pontos mais fortes do filme fica a cargo de Julianne Moore em sua muito bem estruturada personagem, que literalmente conduz muito bem o filme.
Numa enclausurada sociedade, sua personagem é a única que pode ver e não demora muito para assumir o papel de imaculada “mãe” protetora, capaz de tudo quando se perde a humanidade em meio ao caos instaurado. Até o inexpressivo Mark Ruffallo está convincente no papel do oftalmologista.
O filme em certo ponto levanta as possíveis questões da inexplicável epidemia, mas é nas entrelinhas que encontramos a possível causa, mas lógico, cada um podendo interpretar da sua maneira.

A questão mais interessante é levantada - A cegueira causa o pânico, ou o pânico causa a cegueira?
Passada a tormenta dos personagens, o personagem de Danny Glover é o único contente com seu estado e prefere ficar assim, pela intimidade e ajuda mutua causada em seu pequeno bando sobrevivente.
Num final epifânico, com cenas antológicas de extrema interpretação pessoal, Fernando junta todos os elementos em um filme sujo, instigante, que causa extrema aflição e indignação em certas cenas.
Merecedor de inúmeros debates fica aqui minha opinião – Às vezes devemos fechar nossos olhos e realmente enxergar o mundo lá fora.



29 de setembro de 2008

Crítica de... Teatro – Miss Saigon

The American way of life...

Fato totalmente inédito, ontem eu fui ao teatro assistir minha primeira mega produção da Broadway. Como um virgem, estava animadíssimo e nervoso – afinal, era meu primeiro musical. Mas relatos à parte, concentrarei-me no que realmente importa nesse post: a minha primeira crítica de teatro.
Deixando de lado todos os sentimentos e emoções a mil por hora, tentarei aqui escrever minha opinião sobre o espetáculo assistido ontem.

O original inglês de Alain Boubil, que estreou em 1989 na Inglaterra, já rodou o mundo inteiro. A produção de Cameron Mackintosh, produtor da Broadway, foi trazida ao Brasil em 12 de Julho de 2007, e se consagrou um sucesso encenado no Teatro Abril.
A história parte da premissa de um amor impossível vivido em meio da brutal guerra do Vietnã. Kim (Lissah Martins) é uma jovem e sofrida vietnamita que conhece Chris (Nando Prado) um soldado americano e juntos vivem uma breve, porém intensa, paixão.

Analisando separadamente os elementos teatrais desse magnífico espetáculo, podemos ressaltar os magníficos cenários, telões, figurino e coreografias - tudo de um incrível primor e bom gosto.
Nesses aspectos, a produção com certeza não deixa a desejar a peça original, ou aos grandes espetáculos da Broadway.
As atuações e danças de todo elenco de apoio são muito bem desenvolvidas.
Na exibição em que fui, o personagem do engenheiro ficou a cargo do substituto Tiago Abravanel, simplesmente o melhor elemento da peça.
No inicio seu personagem se mostra colorido e cheio de vida, passando por uma fase de desespero e miséria, o personagem é motivado por um sonho apenas: viver o american way of life.
Encenando uma das melhores cenas da peça inteira, “The American Dream”, Tiago Abravanel simplesmente rouba a cena.

A história principal pode ser um pouco repetitiva e às vezes cansativa, vendo nosso herói e heroína cantando exacerbadamente seu repentino e eterno amor um pelo outro.
Desse amor nasce um fruto, e é nesse fruto que a história segue um rumo de esperança para a personagem principal, que tem seu trágico final shakesperiano.
O texto traduzido também pode se tornar maçante em algumas cenas, as piadas às vezes não funcionam, e as gírias simplesmente não encaixam corretamente.

Mas mínimos detalhes de lado, a peça funciona como uma forte crítica social à guerra do Vietnã e ao fato de milhares de vietnamitas serem deixadas para trás com seus filhos bastardos e reputações manchadas, todas em busca de um mesmo sonho, o sonho americano prometido no calor de paixões.

Miss Saigon faz uso de todos os elementos possíveis na medida correta para se firmar como um grande espetáculo. Pirotecnias, efeitos sonoros, trocas surpreendentes de cenário e a magnífica orquestra ao vivo, passam-nos a sensação de estar assistindo um muito bem produzido filme hollywoodiano.
Mas para os “não-entendidos” - leia-se gays e afins - a peça pode se tornar tediosa.

No meu sistema de avaliação e critério, Miss Saigon recebe 04 Putas e Viados!



15 de setembro de 2008

Crítica - O Cheiro do Ralo


Tudo pela bunda...

Baseado na obra do quadrinhista Lourenço Mutarelli, dirigido pelo publicitário Heitor Dhalia, roteiro de Marçal Aquino e Dhalia, o filme pode ser definido como um novo fator no cinema Brasileiro.
Ganhador de prêmios como o de Melhor Filme no Festival de São Paulo, Melhor Filme Latino Americano no Festival de Cinema do Rio de Janeiro e também a participação da Seleção Oficial de 2007 do Sundance film Festival.

O filme conta a história de Lourenço (Selton Mello), comprador de objetos usados e dono da própria loja instaurada em um velho galpão. Protegido por uma irritante secretária e um engraçado segurança (o próprio Lourenço Mutarelli) o filme foca no perverso jogo mental que Lourenço faz com seus clientes nesse momento de íntima fraqueza de seus clientes.
Na premissa de que tudo está à venda, o personagem central zomba dos princípios de seus clientes e pondo em prática até onde as pessoas são capazes de chegar por dinheiro.

O filme funciona muito bem, pois é uma soma de fatores favoráveis que o compõem. O Uso adequado da trilha sonora muito bem composta, os enquadramentos perfeitos que remetem a veia publicitária de Dhalia, a história muito bem elaborada e diálogos bem estruturados que na mão de Dhalia seguem um caminho perfeito.
Mas meus ínfimos elogios vão para o bem elaborado personagem central desde filme. Selton mais uma vez rouba a cena com sua irredutível interpretação de um personagem controverso.
Notamos no desenvolver do filme a evolução do personagem que desce do “paraíso ao inferno” para no final do filme voltar ao paraíso mais uma vez, per calçando uma trajetória duvidosa e de certo modo doentia pela neurose do desagradável cheiro no banheiro de seu escritório.

Em suma, um filme que para um consenso geral pode ser maçante e até mesmo chato, mas que para mentes abertas o filme pode ser uma inovação do cinema brasileiro em todos seus aspectos, por isso, reafirmo que este filme pode ser definido como um novo fator do cinema brasileiro.

11 de setembro de 2008

Crítica de Cinema - Hellboy II: O Exército Dourado

O labirinto de Hellboy

Como toda quarta-feira é de costume de ir para o cinema, essa semana fui assistir Hellboy II, dirigido por Guilermo del Toro e escrito por Del Toro e Mike Mignola, o criador da HQ em 1993 distribuída pela Dark Horse.
O filme pode não ser tão fiel a HQ, por adotar no cinema um tom mais folclórico, mas não deixa a desejar em vários aspectos, mas falha em outros.

A história gira em torno de uma antiga trégua, entre humanidade e criaturas mitológicas, que é quebrada pelo príncipe Nuada, que deseja tomar conta do mundo! Para isso ele precisa do Exército Dourado e usará de todos os meios para consegui, cabe a Hellboy e a ultra-secreta Agência de Pesquisa e Defesa Paranormais evitar que o mundo seja destruído.

Adotando a posição mais folclórica nas mãos de Del Toro, o filme ganha uma riqueza de detalhes visuais que encantam e inovam, mas também enojam um pouco os espectadores.
As cravadas duas horas de duração são recheadas das criativas criaturas imaginadas pelo diretor e os mínimos detalhes incríveis, desde a coroa do Exército Dourado, o perfeito embate contra as “fadas do dente” e as inúmeras incríveis criaturas bizarras por segundo. As cenas de luta perfeitamente sincronizadas são também espetáculos interessantes de serem vistos! O filme inova em muitos pontos estéticos e nesse quesito ele se supera, mas como nem tudo é perfeito, o filme sofre de alguns sérios problemas de narração e postura a ser adotada.

Na tentativa de humanizar o personagem central, que no caso é um demônio, o filme falha. Não sei se é a atuação de Ron Perlman, ou a situação em que o personagem se encontra de; ter a garota de seus sonhos, Liz (Selma Blair), mas ao mesmo tempo sofrer de constante auto-aceitação que o personagem simplesmente não funciona fora das ótimas cenas de luta! Ao falar o personagem soa muito convicto de si, mas ao mesmo tempo temido pela sociedade e por isso se sente um excluído.
A história se torna um pouco previsível em seu desenrolar, mas um gancho interessante pode notado que dará continuação para um próximo filme.
Roubando a cena está o elenco que salva o filme, personagens novos e bens elaborados como o ectoplasma Johann Krauss (voz de Seth McFarlane).

Mas podemos esquecer os defeitos de narrativa e ressaltar que Hellboy é um filme que vale a pena ser visto, pois o filme funciona no que se propõe: Divertir, dar boas risadas e se maravilhar com o deleite visual criado por del Toro. Tendo um orçamento razoável comparado com outras adaptações de HQ´s, vemos onde o filme gasta muito bem seu dinheiro, se pondo muito acima da média.

Um aperfeiçoamento artístico de del Toro desde O labirinto de Fauno, e um certo aquecimento criativo para O Hobbit.

9 de setembro de 2008

Ain´t Karma a bitch?

I know i´m...

A mente neurótica é recheada de superstições sobre todos os âmbitos da vida. Todo neurótico que se preze vive em buscar do peso ideal, da roupa que valorize seu corpo sempre em busca de perfeição, e a comida que nunca engorda! Mas aquilo que todo neurótico está sempre em interminável busca incansável é do amor incondicional com o perfeito par hollywoodiano.
Essa interminável busca sempre tem os seus percalços ao longo de um caminho errado de tentativas errôneas com os pares errados e rompimentos frustrantes.
Vejo pelos meus amigos de faculdade, sempre entre idas e vindas com seus respectivos namorados e namoradas, investindo dias, meses e até anos em relações que acabam se tornando no final sem fundamento algum.
Mas a superstição aqui citada por mim é talvez a pior de todas elaborada em minha mente neurótica, o temido-maldito-eu-tenho-medo do Carma!
Existem inúmeros tipos infindáveis de carma na vida de uma pessoa, neurótica ou não, como: o Carma do “não acho roupas descentes para comprar”, ou o carma “meus ônibus de manhã só tem gente feia” ou o carma “da conta de telefone cara”, mas o talvez pior carma existente e o do “só atraio coisa ruim pra minha vida”
Vamos esquecer-nos dessas teorias New Age de leis da atração do universo e do positivismo mental e focarmos que todo neurótico é pessimista por natureza e por isso acumulamos uma imensa carga de carma de relacionamento emocional ao longo dos anos.
Ele sempre nos alcança em determinado momento de nossas vidas e uma hora explode em nossas caras com força total e sempre diz: “Eu te avisei!”. Mas fica a pergunta:
Devemos nos arriscar em relações sem pé e nem cabeça para acharmos o par perfeito, acumulando um carma infernal ao longo dos anos e atraindo as pessoas erradas como os tarados sexuais, os megalomaníacos, os depressivos emocionais e os homicidas sociais?
Existe a possibilidade de extrair algo positivo de relacionamentos que não deram certo, ou ficaremos sempre presos ao maldito bad carma e nunca acharemos o par ideal e a calça jeans perfeita?
Questões existenciais a parte, no final das contas o Carma é uma puta, e puta por puta... Vamos nos divertir com os tarados sexuais e afins enquanto o Viado do príncipe encantado não aparece e o carma não vai pra puta que pariu...

XoXo, K-inho.

PS. Vou participar do meu primeiro documentário! Na parte de produção e roteiro! Espero que dê certo.
PPS. Essa semana talvez eu faça algumas reportagens com fotógrafos da região! SUUUPER EMPOLGADO.

PPPS. Amanhã vou no cinema, então amanhã é dia de Crítica.
PPPPS. Nova paixão em vista... Vamos desenvolver em outro post...

8 de setembro de 2008

Vamos falar de política?

Para porra com a política!

Após alguns meses longe do mundo dos blogs, eu voltei e aqui eu vou ficar. Para quem não me conhece aqui vai um pequeno resumo da minha trajetória nos blogs:

Em 1987 eu nasci e 10 anos depois meu pai comprou meu primeiro computador! Em 2006 eu “conheci” a Lola, minha cara metade neurótica (tipo queijo e goiabada, piu-piu e frajola) e alguns meses depois fundamos minha primeira experiência com o mundo blogüístico o – Neuróticos Modernos.

Mas nem toda relação é perfeita, chega um dia que por motivos desconhecidos nos simplesmente nos afastamos, mas sabemos que a pessoa esta lá e sempre podemos contar com ela em momentos de desabafo neurótico de “PQ ELE NÃO ME LIGA? PQ EU BEBI TEQUILA DE NOVO? PQ? PQ?...”

Todo mundo inicia um blog por algum motivo inútil do tipo: diário online, colocar pensamentos para todo mundo ler, diário online e baboseiras do gênero modinha-emo.
Não fugindo muito a regra, também fundei este blog pelo mesmo motivo inútil, mas com um diferencial: Meu sonho-vontade-o que-eu-vou-fazer-da-vida é escrever, mais precisamente sobre moda, comportamento, cinema e coisas do gênero. Portanto espero que esse blog sirva de muito treino e prática para minha futura profissão.
Que sirva de relato sobre minha vida de pobre universitário Born to be escritor.

Enfim, o que quero dizer é que estou de volta! Mais magro mais inteligente e menos loiro!

Espero que gostem! XoXo

Kio

PS. Lola i Love u
PPS. Se alguém quiser ser escritor-convidado, por favor, prontifique-se